quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

VIVENDO... NÃO VEGETANDO

Eu penso que estar vivo é ter todas as forças da alma, do corpo e da mente, sempre presentes, vibrantes e atuantes, em cada momento e em cada situação.
Estar vivo é uma condição de felicidade que se manifesta não só com as grandes realizações como também nas situações da vida cotidiana; não só no terreno da atividade, como no campo dos sentimentos.
Estar vivo é sentir a força que se manifesta no seu jeito de mar e ser amado; estimar um amigo; estimar um amigo; enfrentar os problemas e saber desfrutar as alegrias; aceitar a rotina que é inevitável e estar disponível para as coisas diferentes e para o imprevisto; ver a realidade tal como ela é, e não perder a oportunidade de mudá-la para melhor; saber defender os próprios interesses sem perder de vista os dos outros; poder estar só, sem sofrer a própria solidão e saber viver em companhia, sem perder a própria personalidade.
É difícil viver? Muita gente acha que sim. Sem dúvida, vegetar é muito mais fácil. Da mesma forma que é muito mais fácil descer uma montanha que se descortina um panorama vasto e deslumbrante. É lá que se respira um ar puro que enche deliciosamente os pulmões e ativa a circulação; é lá que o vento vivificante bate na face e alvoroça os cabelos, provocando uma estupenda embriaguez de poder e de juventude.
Sim, talvez viver seja difícil. Mas é tão estimulante! O motivo principal que faz com que tanta gente se limite a vegetar é um só: MEDO. Estar vivo é ser vulnerável. Afinal, só os seres vivos sofrem, têm dor e morrem.
Ora, ninguém pode evitar totalmente o sofrimento, a dor, os tormentos e as angustias. Mas, assim como os animais que hibernam, certas pessoas renunciam a uma parte da vida, para não sofrer o impacto das magoas e das aflições. Que pena!
Vegetar, para certas pessoas, torna-se um hábito, um vício até. Não conseguem se libertar nem mesmo nos momentos de maior alegria ou no instante do prazer. Seus relacionamentos afetivos são superficiais. Para elas o lema é: “Pouco se arrisca, pouco se teme”. Mas o preço desse cuidado excessivo é um triste panorama árido, descolorido, sem sabor e sem vida.
O medo de viver não é anormal e não é exceção: existe em todos nós. Porém, devemos combatê-lo como o sentimento oposto que é a vontade de viver.
Dizem que “gato escaldado tem medo de água fria”. Talvez o fato de que algum dia já tenha se queimado faça com que ele pense que água queima.
Durante a vida, todos nós já nos “queimamos” um dia. Entretanto, isto não justifica que vamos agir como gato escaldado pela vida afora.
Ficar desculpando-se com experiências negativas do passado para deixar de viver plenamente seria o mesmo que não querer construir em terreno que já houve incêndio.
Enfim, cada um deve encontrar o próprio caminho, enfrentar seus próprios riscos, ganhar ou perder suas próprias batalhas. Este é o único jeito para se auto-afirmar, se realizar e principalmente para sentir que está vivendo e não vegetando.

IRIS ABRAVANEL



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